Fringe Arts Bath

Paradise in Pieces

foto by Debora Branco

foto by Debora Branco

Paradise in Pieces

Faced with such global dystopia, especially countries in South America, particularly Brazil, which are experiencing the impact of neo-liberal political movements, suffering consecutive environmental disasters such as: mud spilled from mining, burning in the Amazon and Cerrado and lately the spill of oil on the Brazilian coast – one of the most paradisiacal in the world.  I have observed a personal unrest, which believes in dialogue and the transformative power of art to create an express universe capable of responding to such atrocities.

Thus, my curatorial proposal involves the desire to summon Southern American artists to compose video works and photo works, responding to the ‘paradise in pieces’ provocation addressing this issue. As a way of understanding how artists from the global north have been traversed by our catastrophic dystopia, it would broaden the desire by calling on a group of local artists to perform live, answering the same question.

I believe the images that might illustrate the bits of this burning, oil-choked paradise insulted by its ruler are on the covers of the largest newspapers in all countries.

Curated by Marilia Ennes, submission is now closed paradise@fringeartsbath.co.uk

Barbara é humana expressiva que estuda o corpo, mente e alma, descobrindo formas de
sentir aquilo que nunca pôde ser sentido, aquilo que é difícil de sentir e expressar. Seus
experimentos têm base nas artes do corpo, voz, meditações, fenomenologia e Tai Chi. Sem
morada fixa, vive no mundo aprendendo e compartilhando seus aprendizados.
Barbara is an expressive human that studies the mind, body and soul, discovering ways of
feeling that which could never be felt, that which is difficult to feel and express. Her
experiments are based on dance and movement, voice, meditations, phenomenology and
Tai Chi. With no fixed home, she lives on the road learning and sharing the teachings that
have come to her.

With them in the Cerrado
Apocalypse all around us
Being one with them
I give them my body
With my body they express their sounds and movements
Their pains and pleasure
Their sweetness and firmness
I realize that my body is actually theirs
We are together
We feel together what my body expresses
I feel with them what is happening to our home
The despair is mine
The trust is theirs
The fear is mine
The trust is theirs
The anxiety is mine
The trust is theirs
I forget
They remind me
And move me to dance with hope for a new dawn
And move me to live with the responsibility for a new
dawn

Com elas no cerrado
Apocalipse nos acerca
Sendo uma com elas
Dou à elas meu corpo
Com meu corpo expressam seus sons e movimentos
Suas dores e prazeres
Seu carinho e firmeza
Percebo que na verdade meu corpo é delas
Somos juntas
Sentimos juntas o que meu corpo expressa
Sinto com elas o que está acontecendo em nossa morada
O desespero é meu
A confiança é delas
O medo é meu
A confiança é delas
A ansiedade é minha
A confiança é delas
Eu esqueço
E elas me lembram
E me impulsionam a dançar com a esperança de um novo
amanhecer
Me impulsionam a viver com a responsabilidade de um
novo amanhecer

Igal Lam is a screenwriter, videomaker, ex-graffiti artist, ex-musician. And dyslexic. The union of all these experiences gives rise to an unauthorized, critical and at the same time, poetic work of his city, São Paulo (Brazil). Lam's videos are to be heard, seen and recognized even with closed eyes. In this work, we are all trying to leave or return, in vain. We're trapped in a cold, noisy and hidden moment-piece of our city-existence. Its name: estação Paraíso (Paradise Station).

Igal Lam é roteirista, videomaker, ex-grafiteiro, ex-músico. E disléxico. Da união de todas essas experiências nasce um trabalho não-autorizado, crítico e ao mesmo tempo, poético da sua cidade, São Paulo. São vídeos para serem ouvidos, enxergados e reconhecidos até de olhos fechados. Nessa obra, estamos todos tentando partir ou voltar, mas tudo em vão. Estamos presos num pedaço-momento frio, barulhento e escondido da nossa cidade-existência. Seu nome: estação Paraíso.

20 01
What can we find in the celebration of São Sebastião’s pole? How many trances walk through it? What stories are unraveled? 20 01 is a film that goes deeper in the inner part of the festival, in the community of Cumuruxatiba, south of Bahia, Brazil. The film goes through the crowd to make us reflect on the seduction of contemporaneity about a Pataxó rite, with the face of a saint: The party São Sebastião’s pole, which changes the whole landscape, transforming every January 20th, the secular procession. What, in fact, is happening to the native Pataxó culture behind the saint?
The doc talks with live-manifestations, live-people, live-voices, therefore, it is an organism under construction and deconstruction, different from a dated document, with sources from the past without claims. The pact with what is represented crosses as possibilities of transmutation, as well as celebrating metamorphosis.

Title 20 01 Year 2020 Running Time 17’19” Gênero Mini Doc Author Manuela Makhoul

20 01
O que podemos encontrar na festa do mastro de São Sebastião? Quantos transes caminham por ela? Que histórias são desvendadas? 20 01 é um filme que entra na carne do festejo, na comunidade de Cumuruxatiba, sul da Bahia. O filme entra no meio da zuada para fazer-nos refletir sobre a sedução da contemporaneidade sobre um rito Pataxó, com cara de santo: A festa do mastro de São Sebastião, que muda toda a paisagem, transformando em todo dia 20 de janeiro, o cortejo secular. O que, de fato, está acontecendo com a cultura nativa pataxó por trás do santo?
O filme trabalha com manifestações vivas, pessoas vivas, vozes, portanto é um organismo em construção e desconstrução, diferente de um documento datado, com fontes de um passado sem reinvindicações. O pacto com o que é retratado atravessa as possibilidades de sua transmutação, assim como o celebrar metamorfósico.

Título 20 01 Ano de produção 2020 Duração 17’19” Gênero Mini Doc Direção Manuela Makhoul

The work consists of a video performance in which the artist stands under the resistance in immobility sitting under the sun in the northern region of Brazil, in order to evoke the agrarian productions that black ancestry had been violently launched into slave production, at the same time. which dialogues with the territory belonging to indigenous ancestry. Be on the verge of a road is tied prospects in a past afrofuturista in the suffocation of this only allowed projections of a future. Always being on the sidelines, and being pushed by other people's projects while still demarcating me as non-life, turns out to be an invitation to reposition my existence. The idea is to (re) think an agrarian landowner policy for / for death, making most people just immobile spectators before a transgenic, contaminated banquet and the result of constant burning.

O trabalho consiste de uma vídeo performance em que o artista fica sob a resistência na imobilidade sentado sob o sol na região norte do Brasil, de modo a evocar as produções agrárias que a ancestralidade negra fora lançada violentamente para a produção escravocrata, ao mesmo tempo em que dialoga com o território pertencente à ancestralidade indígena. Estar à beira de uma estrada representa perspectivas amarradas em um passado afrofuturista em que os sufocamentos do presente só permitiam projeções de um futuro. Estar sempre à margem, e ser empurrado por projetos outros dos outros ainda demarcando-me como não vida, acaba por ser um convite para o reposicionamento de minha existência. A ideia é a de (re)pensar uma política agrária latifundiária pela/para a morte tornando a maioria das pessoas apenas expectadoras imóveis diante de um banquete transgênico, contaminado e fruto de queimadas constantes.

Title: agrocorpus Author: PC; edition of Gabryel Biavatti Year: 2019 Running time: 26 minutes

Debugging 1 # This is an action that insists on hitting a huge stone with a sledgehammer. As time goes by, the more you reach the goal and the more you move away from it. Given the availability of the loser, the sledgehammer bursts out of the huge stone. In the impossibility of being defeated, I witness the disappearance and purify myself.

Depuração 1# Trata-se de uma ação que insiste em golpear com uma marreta uma enorme pedra. A medida que o tempo passa, mais se chega ao intento e mais se afasta dele. Perante a disponibilidade do vencido, a marreta irrompe a enorme pedra. Na impossibilidade do ser vencido, testemunho do desaparecimento e me depuro.

Alexandre Silveira was born in São Paulo, Brazil, in 1979. Architect by training, since 2010 he develops works in visual arts in the most varied languages.

It is very shocking to see bare roots outdoors, as if the very entrails of the earth were at the mercy of the overwhelming wind. At the time this photo was taken, in Marinha do Brasil Park, a cyclone had passed through Porto Alegre. Such extremely rare phenomenon in the region coincided with the flooding of the old apartment that still housed the Denise Gadelha’s larger works and some former artistic researches.

 Mysteriously, life is engendered by symmetries of events that, even when they are not directly related, vibrate in a strange familiar tune. The heartbreaking feeling of this individual loss resonated in the event horizon of a natural disaster. In such context, there is an impulse to find meaning when everything is upside down: the roots upwards embody the astonishing scene of the infinite turning in the perennial cycle of things.

É muito chocante ver raízes desnudas ao ar livre, como se as próprias entranhas da Terra estivessem à mercê do vento avassalador. Na época em que esta foto foi tirada, no Parque Marinha do Brasil, um ciclone havia passado por Porto Alegre. Este fenômeno extremamente raro na região coincidiu com a inundação do antigo apartamento que ainda abrigava as obras de maior porte e algumas pesquisas artísticas iniciais da carreira de Denise Gadelha.

 Misteriosamente, a vida é engendrada por simetrias de acontecimentos que mesmo quando não estão relacionados diretamente, vibram em uma estranha sintonia. O sentimento desolador daquela perda individual ressoava no horizonte de eventos de um desastre natural. Nesse tipo de contexto brota o impulso em encontrar significado quando tudo está de ponta cabeça: as raízes para o alto encarnam a assombrosa cena do giro infinito no ciclo perene das coisas.

 

Denise Gadelha, 1980, Belém of Pará State. lives and works in São Paulo, Brazil

Denise Gadelha, 1980, Belém of Pará State. lives and works in São Paulo, Brazil